O ID. Buzz estreou como carro-conceito no Salão do Automóvel de Detroit de 2017 e demorou para virar modelo de série. Mas, atualmente, já é vendida na Europa. Não há previsão para sua chegada ao mercado brasileiro, mas a marca – disfarçadamente – já faz pesquisas locais de aceitação. A “kombi elétrica” já até desfilou no Rock in Rio.
Que preços teria no Brasil?
É mais do que concebível que a Volkswagen ID. Buzz padrão ultrapassará os R$ 300 mil quando – e se – chegar por aqui, o que provavelmente deve acontecer em 2024.
Com poucos subsídios para veículos elétricos no Brasil, não como impedir os preços ainda altos, e isso vai limitar o mercado para a van de duas filas, independentemente de quão fofa alguém ache. Como exemplo, o preço do Volkswagen ID. Buzz começa em 64,5 mil euros na Alemanha, o que corresponde a uns R$ 336 mil, sem impostos e taxas.
A Mercedes-Benz poderá lançar o modelo EQV de oito lugares no Brasil, mas ainda não deu uma indicação do custo da van de três filas. Portanto, o Mercedes-Benz EQV será um rival, mas com certeza custará muito mais por ser um modelo mais “premium”.
Outros potenciais rivais da ID. Buzz, talvez suas maiores ameaças, usem o mesmo emblema, como uma versão totalmente elétrica da Volkswagen T7 Multivan, que já está disponível em mercados internacionais com um trem de força híbrido plug-in.
Como é por dentro da Kombi Elétrica
A ID. Buzz 2022 é grande por dentro, mas nem tanto por fora. Tem 4,71 m de comprimento, sendo 26 cm mais curta que a T7. O entre-eixos de 2,98 m é 13,5 cm mais curto, mas é um tamanho justo de espaço para a maioria dos padrões.
A primeira ID. Buzz terá duas fileiras de bancos e amplo espaço para bagagens – leva 1.121 litros. Uma segunda possível versão virá com três fileiras e menos espaço lá trás. A versão Cargo que existe lá fora, que leva mais 2.000 litros de carga e só tem assentos para motorista e um passageiro, é a que tem menos chances de vir.
A ID. Buzz tem alguns baratos práticos, como o ajuste longitudinal da segunda fileira de bancos em 15 cm, para aumentar ou reduzir o espaço para pernas e ganhar mais um pouco de área no porta-malas. Além disso, esses bancos rebatem em proporção de 40/60, o que proporciona alguma modularidade interna.
Na frente, os dois assentos individuais do ID. Buzz têm ajuste longitudinal de 24,5 cm comprimento e de 6,1 cm na altura. O painel de instrumentos é digital de 5,3 polegadas e no centro do tablier há uma tela multimídia sensível ao toque de 10 polegadas.
Do tipo flutuante, essa tela é bem acessível para os ocupantes da frente. Na Europa a ID. Buzz pode ter com sete tomadinhas USB, multimídia maior (12 polegadas) e vários nichos porta-objetos espalhados por toda a cabine. Outro recurso a bordo é o carregador de smartphone por indução, que fica no painel e em posição levemente inclinada, para que o celular não caia no assoalho.
Pelo tamanho e pelas dimensões internas, a ID. Buzz parece capaz de carregar bastante coisa. Mas não é bem assim: seu peso de 2.471 quilos significa que sua capacidade de carga é de apenas 529 quilos – a versão de carga também não impressiona: leva 648 quilos. É o preço da modernidade…
Motor elétrico do ID. Buzz
Tanto a ID. Buzz como a ID. Cargo usam o motor elétrico APP 310, que é alimentado por uma bateria de 77 kWh e rende o equivalente a 31,6 kgf.m de torque (de 150kW) e vai montado no eixo traseiro. A autonomia prometida fica entre 402 e 423 quilômetros (dependendo dos opcionais, como as rodas, que variam de 18 a 21 polegadas).
Dessa forma, supera a futura concorrente Mercedes-Benz EQV, cujo alcance é de 356 quilômetros. A rival, porém, tem 5,7 kgf.m de torque a mais e bateria mais forte, com 90 kWh.
No recarregamento, vantagem também para o modelo da VW: a Mercedes afirma que o EQV recarregará de 10% a 80% em 45 minutos, carregando a 110 kW em uma tomada DC. A ID. Buzz vai de zero a 100% em apenas 30 minutos, puxando 170 kW de potência. É ainda mais rápido que seu rival em corrente alternada, levando 7h30 em um wallbox de 11kW. Também é bidirecional, por isso pode ser usado para alimentar uma casa ou escritório em um blecaute.
Com câmbio de marcha única, a velocidade máxima da ID. Buzz é de 145 km/h, e o zero a 100 km/h é feito em 10,9 segundos. Ou seja, este não é um veículo elétrico extremamente rápido nem veloz.
Outros detalhes da Kombi Elétrica ID. Buzz
A minivan elétrica tem faróis de LED como padrão, mas eles podem ser trocados por opções Matrix LED. A bordo, vai um software de última geração – como encontrado no Volkswagen ID.5 –, para fornecer conexão em tempo integral à Internet e a capacidade de receber atualizações pelo ar.
Um dos grandes benefícios que a Volkswagen tem é a capacidade de aderir à tecnologia “Swarm” (enxame), que permite ao veículo “conversar” e identificar outros carros e infraestruturas a até 800 metros de distância. Com isso, as chances de acidentes são reduzidas.
Outro de bons recursos é a capacidade de fazer todas as suas comunicações diretamente com o ponto de carregamento, em vez de precisar de aplicativos ou cartões de crédito. Então você simplesmente aparece no ponto de carregamento, carrega e depois dirige.
Modelo passou por aprimoramentos
Felizmente, as versões de produção do Volkswagen ID. Buzz estão melhores do que as versões pré-produção. Ainda há detalhes críticos, como o piso escalonado, mas a Volkswagen agora oferece um piso falso removível para torná-lo plano.
Além disso, ainda há algum ruído de rodagem vindo da parte dianteira. Mas o resto do veículo e sua dirigibilidade deram um salto de qualidade. A versão de produção também passou para outro nível na suspensão e agora só “pula” sob extrema provocação – em grandes lombadas planas, por exemplo.
Mas é no trânsito urbano que a ID. Buzz fica mais à vontade. Até porque é aí que entra o modo de direção com regeneração máxima. Não é exatamente uma condução de um pedal, mas há uma considerável recuperação de energia.
A direção, porém, ainda não é muito direta, mas é leve e o raio de giro é surpreendente, dado o comprimento total.
*Com informações de Webmotors.com