A geração distribuída tem se tornado uma alternativa cada vez mais popular para a produção de energia elétrica no Brasil, especialmente devido ao crescente interesse por opções mais seguras, eficientes e sustentáveis. Com ela, é possível gerar eletricidade de forma localizada, próxima ao consumo, por meio de diversas fontes renováveis, como a solar.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é o órgão regulador responsável por estabelecer as regras para a geração distribuída no país. Atualmente, existem quatro modalidades admitidas pela agência, cada uma com suas particularidades.
A primeira modalidade é a geração distribuída com compensação de créditos. Nesse modelo, o consumidor gera a própria energia e, caso produza mais do que consome, pode injetar o excedente na rede elétrica, gerando créditos que podem ser utilizados posteriormente para abater o consumo de energia da rede. Essa modalidade é a mais comum e tem sido bastante utilizada em residências, comércios e indústrias.
A segunda modalidade é a geração distribuída com autoconsumo remoto. Nesse caso, o consumidor pode gerar energia em uma unidade consumidora diferente daquela em que está localizada a fonte geradora, desde que ambas estejam sob a mesma titularidade. Essa modalidade é indicada para consumidores com várias unidades consumidoras, como empresas que possuem filiais em diferentes locais.
A terceira modalidade é a geração compartilhada. Nessa modalidade, vários consumidores se unem em um consórcio (no caso de pessoas jurídicas) ou cooperativa (no caso de pessoas físicas) para gerar energia a partir de uma mesma fonte. A energia produzida é distribuída entre os participantes, que podem utilizá-la para abater seus próprios consumos. Essa modalidade é indicada para condomínios residenciais e comerciais, além de propriedades rurais.
Por fim, a quarta modalidade é a geração distribuída com múltiplas unidades consumidoras. Nesse modelo, uma única fonte geradora de energia é utilizada para abastecer mais de uma unidade consumidora, desde que todas estejam sob a mesma titularidade. Essa modalidade é indicada para empresas que possuem unidades consumidoras em diferentes locais.
Geração distribuída X geração centralizada
Há, ainda, a modalidade de geração centralizada – o método tradicional de geração de energia. Neste caso, grandes usinas geradoras de energia são construídas em locais remotos e a eletricidade é transmitida para os consumidores finais através de linhas de transmissão. A geração distribuída, por outro lado, é uma forma de geração de energia em que pequenas usinas geradoras de energia, como painéis solares, são instaladas próximas aos consumidores finais.
Uma das principais diferenças entre essas duas modalidades é o tamanho das usinas geradoras de energia. As usinas geradoras centralizadas são tipicamente muito maiores em escala em comparação às usinas geradoras de geração distribuída. As usinas geradoras centralizadas podem gerar centenas ou até milhares de megawatts, enquanto as usinas de geração distribuída geralmente geram apenas alguns megawatts ou menos.
Outra diferença importante entre as duas modalidades é a distância entre a usina geradora de energia e o consumidor final. Nas usinas geradoras centralizadas, a eletricidade deve ser transmitida através de linhas de transmissão de alta tensão, que podem se estender por centenas ou até milhares de quilômetros, até chegar aos consumidores finais. Isso pode levar a perdas de energia ao longo do caminho. Já nas usinas geradoras de geração distribuída, a eletricidade é gerada diretamente onde é consumida, reduzindo perdas e aumentando a eficiência do sistema.
Além disso, a geração distribuída é frequentemente vista como uma forma mais segura e confiável de geração de energia. Como a eletricidade é gerada localmente, as interrupções no fornecimento de energia são menos comuns e, quando ocorrem, geralmente são de curta duração. As usinas geradoras centralizadas, por outro lado, são vulneráveis a interrupções na transmissão de energia, que podem afetar grandes áreas de fornecimento de energia.
A geração distribuída também é muitas vezes vista como uma forma mais limpa de geração de energia, uma vez que utiliza fontes de energia renováveis, como a energia solar. As usinas geradoras centralizadas, por outro lado, muitas vezes dependem de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural, que podem ter um impacto significativo no meio ambiente.
Por essa razão, a geração distribuída tem se apresentado como uma alternativa promissora para a produção de energia elétrica e segue crescendo em popularidade. As quatro modalidades admitidas pela ANEEL oferecem opções para consumidores de diferentes perfis e necessidades. É importante estar atento às regras estabelecidas pelo órgão regulador para garantir a segurança e eficiência da geração distribuída.